O estado de São Paulo, neste dia 27 de março reiniciou as
aulas de toda rede estadual. De forma online, os alunos de São Paulo voltaram
aos estudos utilizando as ferramentas de aplicativo de celular, computador e o
canal da tv cultura educação.
Todas as alternativas para a qualidade do ensino são
válidas, porém deve-se respeitar as peculiaridades dos estudantes e das
diversas regiões do estado. Acreditar que todos os estudantes são iguais e
possuem acessos irrestritos as tecnologias é, no mínimo, ser cruel ou ter total
ignorância da realidade.
Em um momento ímpar, as metodologias devem ser ímpares. Não
podemos responsabilizar as famílias mais uma vez. Ninguém tem culpa de estarmos
em uma pandemia. As pessoas devem ser solidárias. Os educadores devem buscar
maneiras de manter seus alunos em ligação, mesmo que remota, com alguma coisa
que lembre a escola e suas maneiras.
O tão sonhado EAD que grupos econômicos adorariam com muita
ânsia em aplicar na educação básica, não funciona. É uma muleta. Até pode te
deixar em pé, mas correr, jamais
Defendo que os professores devem aplicar atividades, enviar
textos, buscar caminhos de contato com seus alunos, confortáveis para os alunos
e para o mestre. Agora, imaginar aula como antes, é impossível neste momento e
nestes formatos.
Pois bem, críticas feitas, uma verdade deve ser levada em
consideração. Os alunos precisam voltar para algum tipo de contato de ensino e
saber sistemático.
Acredito que os alunos devem ser avaliados de todas as
maneiras, mas nunca de forma negativa. Temos que criar uma metodologia de
avaliação que leve em consideração a participação e o empenho. Mas não podemos
deixar os alunos que não tem acesso e habilidade avaliado de forma negativa por
ser carente de algo que não está ao controle dele.
Para este momento, julgo necessário avaliar o aluno nota 10
para os que forem participativos, acertarem as atividades e buscarem ajuda para
sanar suas deficiências e dúvidas. Não que ele seja 100% de aproveitamento, mas
criemos um marco para dividir e motivar sem prejudicar os demais
Aos que se
dispuserem em receber a atividade e conteúdo, participar de forma tímida e
modesta, acredito que seja possível avaliar de forma menor com uma nota 7. Lembrando
que não é para diminuir o individuo e classificá-lo de forma pejorativa, mas
buscar empenho e dedicação do estudante, sem prejudica-lo
Para todos os outros, que participaram ou não, que
receberam as atividades e não executaram, os que nem receberam as atividades e
não foram encontrados, estou convencido que devem ser avaliados com uma nota 5.
Positiva, sim. julgo que neste momento nenhum aluno pode ser prejudicado com
uma nota vermelha por não fazer, não saber ou não conseguir.
Qualquer deficiência em conteúdo ou aprendizado, só pode
ser pensado em correção no futuro. Supor que o educador pode usar os métodos
EAD na educação básica e que vai ser igual ao curso presencial é ignorância e
má vontade dos gestores superiores. Só podemos entender que sejam pessoas
descompromissadas com a educação pública, livre e de qualidade.
Não devemos ser hipócritas. Ninguém vai aprender e estudar
como se estivesse na escola. Esta pandemia serviu para mostrar que o papel do
professor é insubstituível. Aulas presenciais com o olho no olho nunca podem
ser substituídas sem perder a qualidade.
O momento é de tentativas de retomada. De crítica ao poder
e as maneiras de lidar com a vida das pessoas. Ao professor emancipador, este é
o melhor momento para denunciar a educação bancária e opressora. Método de que
nada ajuda o aluno na sua emancipação política e social.
Vamos à luta.
Denunciando sempre. Nunca abandonando os mais pobres. Confiante que a educação
universal é a principal via de libertação das classes trabalhadoras. As garras
do capital opressor e inconsequente está vendo nesta pandemia a possibilidade
de arremessar seus tentáculos no financiamento público da educação. EAD agora,
como muleta. Aula presencial, de qualidade é o ideal de educação pública verdadeiramente
emancipadora