terça-feira, 27 de agosto de 2013

Didactica Magna: Comenius

Capítulo XI. Até agora não tem havido escolas que correspondam perfeitamente ao seu fim.
Qual é uma escola que corresponda exatamente ao seu fim. Para Comenius, a boa escola é aquela que ensina tudo a todos. Obviamente, tudo que se sabia no século XVII e considerando a fé cristã como verdadeira e incorrigível. A boa escola deveria formar o ser humano em sua totalidade, para ele ser bom e santo.
A escola tem que ser um lugar agradável e atrativo e também deve servir para ambos os sexos. Segundo o autor, todos devem ter acesso ao ensino, não podendo ficar privado somente para uma classe privilegiada, seja intelectual ou financeiramente.
Cabe a escola ensinar o aluno a ser um homem bom e honesto. Comenius se admira em ver que a sociedade em geral concorda com o fato de a escola ser responsável por formar os jovens, no entanto, não busca a sua ampliação e universalização.
O autor destaca o fato de a escola perder tempo com coisas inúteis para os homens, atacando os conteúdos e principalmente os métodos usados para ensiná-los. Comenius aponta o quão inútil é o tempo dedicado ao estudo, já que não se alcança o fim desejado. Dando como exemplo os cozinheiros, que aprendem muito mais rápido outro idioma pelo simples fato de conviverem com estrangeiros.
O próprio autor se lamenta do tempo que perdeu estudando em vão. As diversas horas empregadas para se aprender gramática ou Latim não conseguiram surtir efeito e estas matérias poderiam ser aprendidas com menor esforço e menos tempo.
Capítulo XII. As escolas podem ser reformadas.
Neste Capítulo está descrito como deve ser a escola. Ela deve ser para todos, ensinar tudo que faz o homem ser bom e santo e deve terminar o seu trabalho, antes que os alunos cheguem a fase adulta.
Educar deve ser amoroso e sem violência. O saber deve penetrar nos seres, não pode ser aparente. Os alunos devem realmente aprender e gostar de aprender. Para isto, o ensino deve ser fácil e prazeroso. O aluno deve ser convencido, com métodos agradáveis, que o saber é algo que lhe trará felicidade.
Para se alcançar os propósitos de uma educação melhor, Comenius propõe um novo método de ensino. Para conter os descrentes que isto seja possível, ele lança mão de acontecimentos históricos, que também eram inacreditáveis e depois de executados, foram tidos como extraordinários.
Combatendo veementemente os incrédulos de uma educação universalista, Comenius demonstra passo a passo como é possível ensinar tudo a todos. Assim como todos os homens tem a mesma natureza, todos são capazes de aprender tudo.
Capítulo XVI Requisitos gerais para ensinar e aprender.
Com uma concepção cristã de mundo, o autor compara a educação com as parábolas de Jesus. Acreditando que assim como Deus promove as coisas na natureza, o professor deve ensinar e deixar que Deus cuide do seu desenvolvimento no interior dos alunos.
Comenius comparando o mundo natural, ou seja, as plantas e o seu plantio os animais e sua procriação, com o processo educativo. Assim como para tudo se tem o tempo certo de ser, a educação deve aproveitar o tempo propicio para ser exercida. Não se pode atrasar ou adiantar os tempos de aprender, correndo-se o risco de não obter o desejado, que é o aprendizado do aluno.
 O tempo propício de ensinar pode-se resumir em três princípios: O jovem deve ser ensinado na infância, no período da manhã, e com conteúdos condizentes a idade.  
No fundamento II o autor aponta o que ainda hoje é uma realidade, o fato das escolas não terem o material condizente e em quantidade suficiente para aula.
Fundamento III compara a natureza e como tenho que usar técnicas e materiais suficientes para o meu oficio, na escola não pode ser diferente. Não podemos deixar os alunos irem embora da escola sem aprender. Não se pode ensinar o que não se está preparado para aprender.
A solução que Comenius dá é que todos devem ser assíduos na escola, só ensina-se o que é possível aprender na idade. Não se cria regras antes de eliminar os obstáculos que as impedem de segui-las.
Fundamento IV critica ao fato da escola ensinar vários assuntos ao mesmo tempo, o que dificulta a aprendizagem.
Já no fundamento V trata-se do professor e como ele deve ser capaz de ensinar as coisas a partir da base. Deve-se iniciar os estudos pelas coisas gerais e com o passar do tempo, vai se aprofundando o conhecimento.
    A regularidade e o planejamento são tratados no fundamento VI. A escola e as aulas devem ter planejamento em suas atividades. Não se pode ensinar sem saber onde vai chegar e de qual pré-requisito se tem necessidade para avançar.
Com o fundamento VIII Comenius afirma que a escola tem o dever de cumprir a sua obrigação. O aluno não pode abandonar a escola e ela não pode deixar o aluno ir embora, antes de estar formado plenamente.
Capítulo XXVI Da disciplina da escola.
Toda escola tem que ter disciplina para alcançar a sua finalidade. Ao mestre cabe diferenciar o grau de indisciplina, se ela é contra Deus, contra os homens e contra si mesmo e se ela é apenas um leve desvio.
A correção deve ser na medida do ato e não pode ser em excesso, mas também não pode ser leve em demasia.


 

 



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Formação de Gestores escolares: A atualidade de José querino Ribeiro. (Resumo)

Analisando a contribuição de José Querino Ribeiro para os estudos de administração escolar, ressalta-se o fato de entender que toda discussão sobre administração escolar e tão importante, quanto qualquer outro assunto dentro da escola. Uma vez que a administração escolar é entendida como “a utilização racional de recursos para realização de fins determinados” (Paro, 1986, p.18).
Ligando ainda o conceito de administração e administração escolar, Ribeiro, entende que administração escolar é a adaptação dos conceitos da administração em geral para a realidade da escola. Uma visão muito reacionária e fortemente ligada ao conceito tradicional de escola. Diferente de sua visão sobre educação. Querino Ribeiro apresenta duas visões diferentes sobre ensino, uma progressista no que se refere ao ensino e outra reacionária, no que se refere à administração.
Porém, mesmo tendo uma visão progressista de ensino, Ribeiro não tem a mesma visão sobre a administração escolar. Acreditando que o diretor deva ser um profissional devidamente formado para este fim e detentor de todo poder dentro da escola, já que ele seria o único a ter a formação de supervisor e os outros agentes na escola não.


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Natureza e Função da Administração Escolar. (Anísio Spinola Teixeira)


Comparando o médico e o professor, Anísio Teixeira, afirma que as duas funções são parecidas. Ambos devem gostar do que fazem, já que um cuida do corpo, outro da cultura humana.
Diante da comparação, questiona-se por que o médico é tão bem preparado e o professor não. Mesmo diante da necessidade de mais profissionais, a medicina não abriu mão da qualidade da formação de seus profissionais.
Teixeira encera a comparação da medicina com o oficio de ensinar, colocando o ensinar acima da saúde. Enquanto a busca da medicina consiste em manter a saúde ou resgatá-la, a cultura é sempre um processo de busca, de devir.
Uma vez que a humanidade sempre vai buscar e produzir saberes que devem ser buscados, o oficio de mestre deve ser valorizado e a sua formação dever ser ainda mais rigorosa. Muito diferente do que hoje acontece. 
Buscando compreender a diferença que se aplica entre medicina e cultura, Teixeira afirma que é uma questão cultural e imediatista. Enquanto a saúde é algo urgente e imediato, a cultura é vista como luxo que deve ser alcançado por aqueles que puderem. Os governos encaram a medicina como algo imediato e individual, enquanto que a cultura é vista como coletiva e até mesmo como luxo.
Nos dias de hoje, é corrente que a cultura e a saúde sejam bens individuais. Mas mesmo a saúde sendo um bem individual, não se aceita a sua degeneração em nome de sua universalização no atendimento, fato que ocorre no caso da educação.
No tocante a administração escolar, Anísio Teixeira, também compara com a administração de uma clínica. Se a clinica deve ser administrada por um médico, a escola também deve ser administrada por um professor. Ambos não são administradores por escolha primeira, mas sim, por escolher seu oficio de administrador como complemento de sua primeira escolha profissional.
Para o autor, existe uma diferença na competência dos professores. Enquanto todos os professores em seu oficio devem exercer três funções, administrar, ensinar e orientar. Os que se destacam em uma delas avançam para outras funções dentro do ambiente escolar, ou dentro da organização do ensino.  
Os que administram melhor serão administradores. Os que ensinam com mais facilidade irão ajudar a formar mestres. E os conselheiros irão se aplicar em funções de coordenação ou mesmo de conselheiros de alunos.
Ressaltando o caráter insubstituível do professor, no que concerne a educação, Teixeira, prevê a utilização de tecnologias oferecidas por outras ciências, como auxilio na arte de ensinar, mas nunca como substitutas. Assim como o radiologista auxilia o médico, o antropólogo auxilia o professor, mas a ultima palavra é sempre do médico, na medicina, assim como deve ser do professor na educação.
Outro ponto destacado por Teixeira e de não se poder comparar a administração escolar com qualquer outra administração de empresa. A peculiaridade da administração escolar se dá em seu produto final, que é o aluno, produto e produtor de si mesmo. Enquanto que na empresa o produto é via de alcance de seu fim, que no caso das empresas capitalistas, é o lucro.
Diferente dos administradores de empresas, que são formados em cursos de graduação, os administradores de escolas só devem ser formados em cursos de pós-graduação, justificado por sua especificidade de saber.
Somente professores formados, e com certa experiência, podem se pós-graduar em administração escolar, devido ao fato do seu produto ser diferente dos demais produtos, ou seja, o aluno e seu saber. “O administrador escolar não é um capitão, mas um mediador-inovador...” (Anísio S. Teixeira).

  
 


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Governo federal adota educação em tempo integral

O governo federal pretende estender o tempo da educação escolar em mais de 60 mil escolas públicas até o final de 2014, através do programa Mais Educação. A presidente Dilma Rousseff falou semana passada sobre o assunto e afirmou que o “objetivo é justamente atender as crianças mais vulneráveis e dar a elas a oportunidade de estudar e melhorar de vida”.
No entanto, na opinião do professor, pesquisador e escritor Vitor Henrique Paro, é difícil fazer educação em tempo integral quando, no Brasil, não se faz educação nem em tempo parcial. Para ele, antes de abordar a questão sobre a extensão do tempo escolar, “é preciso investir num conceito de educação integral, ou seja, um conceito que supere o senso comum e leve em conta toda a integralidade do ato de educar”.
Vitor Paro diz que “a escola que nós temos é burra e atrasada, porque não é administrada por educadores. Quem manda na educação do Brasil são empresários”. Para ele, duplicar o turno escolar é multiplicar por dois a desgraça que já existe.
Dilma afirma, porém, que a educação em dois turnos é capaz de melhorar o aprendizado dos estudantes. Seguindo o exemplo dos países desenvolvidos ao redor do mundo, a presidente afirmou que a educação em tempo integral é essencial para a evolução de uma nação. Rousseff declarou também que “temos muitas histórias de sucesso de escolas que implantaram o ensino em dois turnos e deram um salto de qualidade”.
Para Vitor Paro, “o que está aí é uma escola à qual se vai, pretensamente, para aprender Matemática, Física, Geografia, etc., mas à qual não se vai para aprender a dançar, a cantar, a brincar, a amar, a discutir política, a conviver com o outro, a ser companheiro, etc.”. Desta forma, segundo o professor, a escola básica deixa de cumprir funções que seriam essenciais para a formação de um ser humano íntegro.
De fato, Dilma assegurou semana passada, no programa ‘Café com a presidenta’, que os alunos poderão realizar diferentes atividades no segundo turno, como esporte e atividades culturais, porém, “a principal delas é o acompanhamento pedagógico obrigatório, com aulas de reforço escolar em matemática, português, ciências e uma língua”.
Vitor Paro enfatiza que não se trata de uma crítica ao governo Dilma. Em sua opinião, a atitude da presidente é “altamente elogiável” pois evidencia uma preocupação com a educação. No entanto, afirma, “é uma preocupação por parte de quem não entende nada de educação”.
De acordo com dados do MEC, mais de 49,3 mil escolas já possuem alunos matriculados em tempo integral. Segundo a presidenta, o governo investiu, apenas em 2013, mais de R$ 1,8 bilhão no Programa de Ensino Integral Mais Educação.
copiado de: http://www.epochtimes.com.br/governo-federal-adota-educacao-em-tempo-integral/