Capítulo
XI. Até agora não tem havido escolas que correspondam perfeitamente ao seu fim.
Qual é uma escola que
corresponda exatamente ao seu fim. Para Comenius, a boa escola é aquela que
ensina tudo a todos. Obviamente, tudo que se sabia no século XVII e
considerando a fé cristã como verdadeira e incorrigível. A boa escola deveria
formar o ser humano em sua totalidade, para ele ser bom e santo.
A escola tem que ser um
lugar agradável e atrativo e também deve servir para ambos os sexos. Segundo o
autor, todos devem ter acesso ao ensino, não podendo ficar privado somente para
uma classe privilegiada, seja intelectual ou financeiramente.
Cabe a escola ensinar o
aluno a ser um homem bom e honesto. Comenius se admira em ver que a sociedade
em geral concorda com o fato de a escola ser responsável por formar os jovens,
no entanto, não busca a sua ampliação e universalização.
O autor destaca o fato de a
escola perder tempo com coisas inúteis para os homens, atacando os conteúdos e
principalmente os métodos usados para ensiná-los. Comenius aponta o quão inútil
é o tempo dedicado ao estudo, já que não se alcança o fim desejado. Dando como
exemplo os cozinheiros, que aprendem muito mais rápido outro idioma pelo simples
fato de conviverem com estrangeiros.
O próprio autor se lamenta
do tempo que perdeu estudando em vão. As diversas horas empregadas para se
aprender gramática ou Latim não conseguiram surtir efeito e estas matérias
poderiam ser aprendidas com menor esforço e menos tempo.
Capítulo
XII. As escolas podem ser reformadas.
Neste Capítulo está descrito
como deve ser a escola. Ela deve ser para todos, ensinar tudo que faz o homem
ser bom e santo e deve terminar o seu trabalho, antes que os alunos cheguem a
fase adulta.
Educar deve ser amoroso e
sem violência. O saber deve penetrar nos seres, não pode ser aparente. Os
alunos devem realmente aprender e gostar de aprender. Para isto, o ensino deve
ser fácil e prazeroso. O aluno deve ser convencido, com métodos agradáveis, que
o saber é algo que lhe trará felicidade.
Para se alcançar os
propósitos de uma educação melhor, Comenius propõe um novo método de ensino.
Para conter os descrentes que isto seja possível, ele lança mão de
acontecimentos históricos, que também eram inacreditáveis e depois de
executados, foram tidos como extraordinários.
Combatendo veementemente os
incrédulos de uma educação universalista, Comenius demonstra passo a passo como
é possível ensinar tudo a todos. Assim como todos os homens tem a mesma
natureza, todos são capazes de aprender tudo.
Capítulo
XVI Requisitos gerais para ensinar e aprender.
Com uma concepção cristã de
mundo, o autor compara a educação com as parábolas de Jesus. Acreditando que
assim como Deus promove as coisas na natureza, o professor deve ensinar e
deixar que Deus cuide do seu desenvolvimento no interior dos alunos.
Comenius comparando o mundo
natural, ou seja, as plantas e o seu plantio os animais e sua procriação, com o
processo educativo. Assim como para tudo se tem o tempo certo de ser, a
educação deve aproveitar o tempo propicio para ser exercida. Não se pode
atrasar ou adiantar os tempos de aprender, correndo-se o risco de não obter o
desejado, que é o aprendizado do aluno.
O tempo propício de ensinar pode-se resumir em
três princípios: O jovem deve ser ensinado
na infância, no período da manhã,
e com conteúdos condizentes a idade.
No fundamento II o autor
aponta o que ainda hoje é uma realidade, o fato das escolas não terem o
material condizente e em quantidade suficiente para aula.
Fundamento III compara a
natureza e como tenho que usar técnicas e materiais suficientes para o meu
oficio, na escola não pode ser diferente. Não podemos deixar os alunos irem embora
da escola sem aprender. Não se pode ensinar o que não se está preparado para
aprender.
A solução que Comenius dá é
que todos devem ser assíduos na escola, só ensina-se o que é possível aprender
na idade. Não se cria regras antes de eliminar os obstáculos que as impedem de
segui-las.
Fundamento IV critica ao
fato da escola ensinar vários assuntos ao mesmo tempo, o que dificulta a
aprendizagem.
Já no fundamento V trata-se
do professor e como ele deve ser capaz de ensinar as coisas a partir da base. Deve-se
iniciar os estudos pelas coisas gerais e com o passar do tempo, vai se
aprofundando o conhecimento.
A
regularidade e o planejamento são tratados no fundamento VI. A escola e as
aulas devem ter planejamento em suas atividades. Não se pode ensinar sem saber
onde vai chegar e de qual pré-requisito se tem necessidade para avançar.
Com o fundamento VIII
Comenius afirma que a escola tem o dever de cumprir a sua obrigação. O aluno
não pode abandonar a escola e ela não pode deixar o aluno ir embora, antes de
estar formado plenamente.
Capítulo
XXVI Da disciplina da escola.
Toda escola tem que ter
disciplina para alcançar a sua finalidade. Ao mestre cabe diferenciar o grau de
indisciplina, se ela é contra Deus, contra os homens e contra si mesmo e se ela
é apenas um leve desvio.
A correção deve ser na
medida do ato e não pode ser em excesso, mas também não pode ser leve em
demasia.