O governo federal pretende estender o tempo da educação escolar em
mais de 60 mil escolas públicas até o final de 2014, através do programa
Mais Educação. A presidente Dilma Rousseff falou semana passada sobre o
assunto e afirmou que o “objetivo é justamente atender as crianças mais
vulneráveis e dar a elas a oportunidade de estudar e melhorar de vida”.
No entanto, na opinião do professor, pesquisador e escritor Vitor
Henrique Paro, é difícil fazer educação em tempo integral quando, no
Brasil, não se faz educação nem em tempo parcial. Para ele, antes de
abordar a questão sobre a extensão do tempo escolar, “é preciso investir
num conceito de educação integral, ou seja, um conceito que supere o senso comum e leve em conta toda a integralidade do ato de educar”.
Vitor Paro diz que “a escola que nós temos é burra e atrasada, porque
não é administrada por educadores. Quem manda na educação do Brasil são
empresários”. Para ele, duplicar o turno escolar é multiplicar por dois
a desgraça que já existe.
Dilma afirma, porém, que a educação em dois turnos é capaz de
melhorar o aprendizado dos estudantes. Seguindo o exemplo dos países
desenvolvidos ao redor do mundo, a presidente afirmou que a educação em
tempo integral é essencial para a evolução de uma nação. Rousseff
declarou também que “temos muitas histórias de sucesso de escolas que
implantaram o ensino em dois turnos e deram um salto de qualidade”.
Para Vitor Paro, “o que está aí é uma escola à qual se vai,
pretensamente, para aprender Matemática, Física, Geografia, etc., mas à
qual não se vai para aprender a dançar, a cantar, a brincar, a amar, a
discutir política, a conviver com o outro, a ser companheiro, etc.”.
Desta forma, segundo o professor, a escola básica deixa de cumprir
funções que seriam essenciais para a formação de um ser humano íntegro.
De fato, Dilma assegurou semana passada, no programa ‘Café com a
presidenta’, que os alunos poderão realizar diferentes atividades no
segundo turno, como esporte e atividades culturais, porém, “a principal
delas é o acompanhamento pedagógico obrigatório, com aulas de reforço
escolar em matemática, português, ciências e uma língua”.
Vitor Paro enfatiza que não se trata de uma crítica ao governo Dilma.
Em sua opinião, a atitude da presidente é “altamente elogiável” pois
evidencia uma preocupação com a educação. No entanto, afirma, “é uma
preocupação por parte de quem não entende nada de educação”.
De acordo com dados do MEC, mais de 49,3 mil escolas já possuem
alunos matriculados em tempo integral. Segundo a presidenta, o governo
investiu, apenas em 2013, mais de R$ 1,8 bilhão no Programa de Ensino
Integral Mais Educação.
copiado de: http://www.epochtimes.com.br/governo-federal-adota-educacao-em-tempo-integral/
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