sexta-feira, 12 de junho de 2020

Fascismo e sua antítese.


O termo fascismo é derivado da palavra latina Fasces que designava um feixe de varas amarradas em volta de um machado. Este foi símbolo do poder conferido aos magistrados na República Romana de flagelar e decapitar cidadãos desobedientes. Benito Mussolini adotou esse símbolo para o partido, cujos seguidores passaram a chamar-se fascistas.

O simbolismo dos fasces sugeria "a força pela união": uma única haste é facilmente quebrada, enquanto o feixe é difícil de quebrar. Outros grupos fascistas desenvolveram símbolos semelhantes, todos com a ideia de força no grupo.

Definir o que representa o fascismo não é tarefa fácil, uma vez que diversos grupos se apresentam como fascista, mas possuem diferenças entre si. Mas para ser didático, podemos apontar algumas semelhanças, ou características que são relativamente comuns a todos.

A ideia de força no grupo, ou seja, o indivíduo não é valorizado. As peculiaridades de cada cidadão não são importantes para o fascismo. O que importa é a nação e o que o povo pode fazer pelo país.

Culto ao líder também é determinante, uma vez que o poder fascista se dá por ditaduras e não admite eleições. O voto não é valorizado, já que representa a vontade individual e não o desejo coletivo imposto pelo partido. O líder é autoridade máxima e nunca questionável. Populista e carismático, o líder fascista deve representar o que se espera do próprio estado. Ele é a personificação do poder estatal.

Exaltação do militarismo é uma forma de exaltar o estereótipo masculino do século XX. Não podemos esquecer que o exército neste momento só admitia homens, jovens e viris. Isso entrou para o imaginário fascista e até se desenvolve um fetiche em alguns.

Relativismo da violência é muito marcante. Como existe a ideia de darwinismo social, ou seja, os fortes dominam os fracos, a violência é entendida como prática de seleção. Se você não consegue se defender, você é fraco e deve ser eliminado deste mundo idealizado, forte e macho.

Nacionalismo é a característica universal dos grupos fascistas O estrangeiro sempre é odiado e menosprezado. Visto sempre como raça diferente e subalterna, daí vem o ideário de expansão territorial. Já que acredita que os outros povos são menores e menos capazes, o fascista pretende dominar os territórios para expandir seu poder e proporcionar ao seu povo, que é forte e capaz, um território maior e mais produtivo.

Essa tendência política tem também por característica a negação do liberalismo, do marxismo e do conservadorismo, embora admita associar-se a ele para poder alcançar o poder. Por esta estratégia, o fascismo erradamente é associado a direita política, mas ele é também antagônico à direita e à esquerda.

A maneira que o fascismo acredita que se pode chegar ao poder, ou seja, sua estratégia, é de mobilização das massas com a militarização da política, a criação de uma milícia civil dentro de um partido único, já que a dissidência não é aceita ou tolerada no grupo fascista.

Outra estratégia é a forte estética romântica, culto e exaltação dos símbolos, ênfase na masculinidade e na juventude, depreciação do feminino e das gerações mais velhas. Líder carismático e endeusado.

A homofobia, o machismo, a xenofobia também são características dos grupos fascistas. Uma vez que esses três grupos representam a oposição de mundo idealizado por eles. Não existe espaço para o diferente e para o mais fraco no grupo fascista. Somente a força masculina estereotipada é que tem lugar na dominação de uma nação forte e impositiva.

No seu surgimento, o fascismo foi moldado por Mussolini em um mundo do século XX. Por este motivo, atualmente podemos encontrar diferentes grupos que destoem das principais prerrogativas ideológicas, mas com a tomada do poder, esses grupos tendem e almejam o mesmo ideário de Benito.

O liberalismo econômico, por exemplo, é uma característica que na essência fascista não é aceita, mas para o convencimento das massas, ele pode ser tolerado até que se consolide o poder. O protecionismo laboral é outra tentativa de agradar as classes operarias, até que esteja totalmente convertida ao único partido.

Como pode ser lido, o fascismo é uma tendência totalmente destoante da atualidade e de todo desenvolvimento científico e intelectual do nosso século, mas isso não impede de existir representantes fascista ainda em nossos dias.

Por mais que todas as práticas ideológicas fascistas já tenham sido postas em xeque, ainda existem defensores e tentativas de convencimento das pessoas por parte de grupos fascistas. Eles, muitas vezes, não se apresentam ou se identificam em um primeiro momento como tal, aos poucos vai introduzindo sua visão de mundo e sua forma de conceber uma nação.

Podemos perguntar, como as pessoas atualmente podem se convencer na validade de ideias tão retrógadas e perigosas para a sociedade? E a resposta é muito simples. Uma vez que o fascismo é uma ideologia que não acredita na ciência, é relativista em todos os assuntos e não valoriza o conhecimento, isto tende a agradar o cidadão medíocre. 

Aquele que fracassou em tudo. O que nunca conseguiu ser bom em nada e que não consegue se destacar em coisa nenhuma, prefere se esconder na ideia de grupo, onde sua fraqueza intelectual não será percebida. 

Em outras palavras, a massa fascista é composta por gente burra, por sua vez, a elite dominante fascista é composta por gente cruel, que se beneficia economicamente da nação bestificada. Para alcançar o seu propósito, a elite fascista  persegue, prende, agride e elimina todas as vozes destoantes e denunciantes.   

 


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